"As Receitas do Prazer", livro escrito por um psicólogo americano especializado em psicoimunologia, define: "Aloha tem muitos significados, entre eles amor, sopro sagrado, olá, adeus, mas a palavra também contém os fundamentos filosóficos da vida na Polinésia". Segundo o Dr. Paul Pearsall, autor do livro, os nativos da Polinésia fizeram coincidir, cada letra da palavra com a qual saúdam os estrangeiros, com um princípio ou uma lição. E com ela construíram uma espécie de equação de vida mais ou menos assim:
A=Ahouni: paciência, que se expressa na perseverança;
L=Lokahi: unidade com a terra expressa harmoniosamente;
O=Olu’Olu: concordância, que se expressa na afabilidade;
H=Há’aha’a: humildade, que se expressa na modéstia e na discrição;
A=Akahai: gentileza, que se expressa na ternura.
Tudo isto está lá, a cada vez que você pronuncia... ALOHA!!!
Aloha, Havaí, Polinésia... Os povos que moram no aglomerado de ilhas, agrupadas entre a pontinha da Ásia e a Austrália, estão lá há quase 30 mil anos. E embora as ilhas sejam tão coloridas culturalmente quanto numerosas, os estudiosos conseguem chegar a padrões comuns, que se revelam através dos mitos antigos, de muito antes da chegada das grandes religiões, como o islamismo, o budismo e o cristianismo.
Estes mitos falam da escuridão primordial que foi dando espaço à luz. Falam dos primeiros pais da criação, de seus filhos e de heróis humanos que compartilhavam com os deuses o poder e a autoridade espiritual, chamado MANA. O mana é o que mantém vivos os valores e preserva a harmonia dos povos polinésios. É o poder de saber a vontade dos deuses e de prever seus volúveis desejos. De curar e de compreender a mágica do mundo. Está presente nos cantos, nas danças, nos rituais, na reverência aos antepassados. E se, num primeiro momento foi privilégio de uma rede supercomplexa e hierarquizada de sacerdotes e xamãs, aos poucos foi se diluindo, diluindo, feito água preciosa, a ponto de fazer o historiador das religiões Mircea Eliade, falar em mediunidade coletiva dos povos da região.
Depois de dar alguma consistência aos meus conhecimentos sobre, o paraíso da minha infância , e embalada no ritmo marinho das melodias havaianas que consegui na Internet, voltei ao livro do Dr. Pearsall. Diferentemente do ideal de vida ocidental (no qual cada pessoa é ensinada a bastar-se a si mesma, e buscar sua realização pessoal), e do ideal de vida oriental (que enfatiza a busca da iluminação), a cultura polinésia ou oceânica ensina que, a base de uma vida alegre e saudável consiste em partilhar com outras pessoas o que essa vida tem de sagrado e prazeiroso. E é pelos caminhos desta subversão total que o autor vai nos levando, páginas à afora. Mas e se for mesmo possível? E se este tempo todo tivermos sido enganados ,e o caminho para a felicidade for mesmo o bem ou o sorriso do outro?
Pesquisas atuais indicam que aqueles que dão mais, acabam ganhando mais em termos de saúde e de cura mais efetiva. (...) O prazer saudável advém de querer o que se possui, ter e conseguir apenas o que se necessita, ajudando os outros a terem o que necessitam. Obter menos para permitir que os outros obtenham mais, e estar sempre pronto para ajudar às outras pessoas. Você, assim como eu, aprendeu a vida toda que precisava amar ao próximo como a si mesmo? Esqueça. O mundo do futuro pede de suas criaturas, um outro tipo de adaptação: precisamos aprender a colaborar, a compartilhar, a doar. Em resumo: a extrair nossa felicidade da felicidade do outro. Esta é nossa garantia, não só de sobreviver como espécie, mas de viver de forma mais saudável e plena como indivíduos.
Aliás, o próprio conceito de felicidade é reconstruído. De acordo com a interpretação polinésia-psicológica do Dr. Pearsall, a busca da felicidade só nos torna mais e mais infelizes. Nossa verdadeira meta deveria ser perseguir a harmonia e o equilíbrio. Na prática, isto quer dizer que a infelicidade é tão natural quanto a felicidade ,e que ela contribui para conferir significado e intensidade à felicidade. O prazer e o sentido da vida nascem de outra fonte. Do equilíbrio entre amar, trabalhar, divertir-se e curar. Assim, simplesmente. E como não estamos acostumados, estes conceitos assombram, deslumbram, fazem mesmo sonhar com outros jeitos de estar no mundo, mais simples, mais compassivos. E se fosse mesmo possível?
Ewehe i ka uauma i akea. Abra o peito para que ele se torne expandido, pede o Dr. Pearsall, garantindo que esta união tão 'sui generis' da mais moderna psicologia, com as antigas práticas espirituais destes povos coloridos de tanto mar, funciona, sim. E se fosse mesmo possível?
E como estamos falando de ilhas e de gente acostumada a deslizar sem medo por entre ondas fenomenais, nada mais natural que o psicólogo criar uma cartilha de bem-viver chamada Dez Caminhos do Navegador Contente que vou compartilhar agora com você:
1. Pense em você como um navegador singrando os oceanos da vida e não como um general lutando para viver;
2. Queira o que você já tem, em vez de almejar o que você quer ter;
3. Quando sua vida ficar muito estressante, em vez de lutar ou fugir, siga a corrente: mae e holo ana (acompanhe o fluxo), dizem os havaianos;
4. Procure possuir menos em vez de mais;
5. Procure fazer menos;
6. Diga não em vez de sim às oportunidades;
7. Desista de controlar;
8. Pense menos em vencer;
9. Pense menos sobre o tempo;
10. Pense mais na sua família e faça mais, muito mais por ela.
Aloha nui loa 🌸🌈
Ana Rosa Figueira
3. Quando sua vida ficar muito estressante, em vez de lutar ou fugir, siga a corrente: mae e holo ana (acompanhe o fluxo), dizem os havaianos;
4. Procure possuir menos em vez de mais;
5. Procure fazer menos;
6. Diga não em vez de sim às oportunidades;
7. Desista de controlar;
8. Pense menos em vencer;
9. Pense menos sobre o tempo;
10. Pense mais na sua família e faça mais, muito mais por ela.
Aloha nui loa 🌸🌈
Ana Rosa Figueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário