Em um estudo publicado na Nature no domingo, os astrônomos descreverem como capturaram a imagem usando o telescópio de 10 metros no Observatório W. M Keck, no Havaí:
Esta imagem profunda (a da esquerda, acima) mostra uma nebulosa (em ciano) se estendendo ao longo de 2 milhões de anos-luz que foi descoberta ao redor do quasar brilhante UM287 (no centro da imagem).
A radiação energética do quasar faz com que o gás intergalático circundante brilhe, revelando propriedades morfológicas e físicas do filamento de teia cósmica.
De acordo com Sebastiano Cantalupo, líder do estudo, o filamento da Teia Cósmica de 2 milhões de anoz-luz “é um objeto excepcional: é enorme, ao menos duas vezes maior do que qualquer nebulosa já detectada, e se estende bem além do ambiente galático do quasar.”
A imagem confirma a teoria da Teia Cósmica que emaranha o universo, uma rede de fios feita em sua maior parte – cerca de 84 por cento – de matéria escura invisível.
Simulações computacionais (na direita, acima) sugerem que a matéria no universo é distribuída em uma “teia cósmica” de filamentos, como visto na imagem acima de uma simulação de matéria escura em grande escala (simulação Bolshoi, por Anatoly Klypin e Joel Primack).
A inserção é uma imagem em alta resolução com zoom de uma pequena parte da teia cósmica, 10 milhões de anos-luz de diâmetro, a partir de uma simulação que inclui gás e matéria escura. (crédito: S. Cantalupo).
A imagem capturada por Cantalupo só foi possível por causa da radiação intensa do quasar UM287 que “como uma lanterna, pode iluminar parte da teia cósmica e fazer o filamento de gás brilhar”.
Esta foi a primeira vez na história que um desses filamentos foi observado, diz o professor de astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia, J. Xavier Prochaska:
Este quasar está iluminando gás difuso em escalas muito além do que foi visto antes, nos dando a primeira imagem do gás que se estende entre as galáxias. Ele fornece uma visão fantástica da estrutura geral do nosso Universo.
Também existe um objeto chamado “galáxia escura”. Ao descrever a imagem única, Cantalupo diz que “as galáxias escuras são partes menores e muito densas da teia cósmica. Nesta nova imagem, nós também vimos galáxias escuras, além da nebulosa mais difusa. Parte desse gás vai cair em galáxias, mas a maior parte permanecerá difuso e nunca formará estrelas.”
Ana Rosa Figueira
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