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Cultura Havaiana

 

Cultura Havaiana II



A língua havaiana não é apenas um idioma, e sim um verdadeiro raciocínio lingüístico. Cada palavra é um "cacho" de significados, indicados pelos contextos em que se encaixam. Não existia um profano dissociado do sagrado, ou vice-versa. Um exemplo: em nossa sociedade, ora buscamos dinheiro, ora buscamos Deus, numa proporção cada vez mais descompensada. Os havaianos buscavam os dois o tempo inteiro. "Tudo que eles faziam era com devoção.

Eles viviam na eternidade do agora, como sugeririam Eckhart Tolle, Deepak Chopra, Dalai Lama e os demais gurus de hoje. Na sabedoria havaiana, o aqui e o agora de cada tarefa do cotidiano é o único território onde a fusão entre o profano e o sagrado pode ser efetivamente realizada e perpetuada. Talvez a maior prova disso seja o fato de que na língua havaiana não há termos para o futuro ou o passado.

As atividades do cotidiano (plantar, colher, construir, surfar.), por mais diversas que aparentem ser, são unidas no plano sagrado por "segundas intenções" espirituais que todas as tarefas têm em comum. Elas são a busca de uma energia metafísica que o havaiano chama de "mana". Essa energia, ignorada pelo mundo ocidental, é cultuada pelo mundo oriental na forma de "prana" na Índia, e de "chi" na China. Cada uma dessas três tradições considera essa energia vital, o alimento primordial da alma, que também sustenta o corpo.

A Filosofia

Huna quer dizer: Segredo, não no sentido de manter algo oculto, mas sim de descobrir um sentido mais profundo da nossa existência.

Conhecimento oculto ou realidade secreta é a realidade mais difícil de ser vista. Também significa princípio feminino, mais princípio masculino, o que corresponde´à manifestação da vida.
Leinani Melville diz que Huna é "profundidade". Serge Kahili King define Huna como "o que é oculto ou o que não é obvio; nome dado ao conhecimento dos Kahunas, filosofia de realização, utilizada em qualquer contexto, pessoal,científico, religioso".

Max Freedom Long assegura que "qualquer associado da Huna não deve desistir de sua fé tradicional, pois Huna é uma ferramenta que pode ser usada por todos a qualquer hora em qualquer contexto." E esta definição é a mais correta e a que é mais aceita pelos que praticam o Kahuna!

Conceitos

1. A parte teórica nos diz que o ser humano é formado de três espíritos ou aspectos independentes entre si, mas interligados nas ações, quando um depende do outro para se desenvolverem e de um corpo físico quando reencarnados. Existe uma energia que chamamos de "mana" que é o elemento de coesão entre os três, tendo cada um sua própria mana. O corpo é uma imagem manifestada dessa coesão por meio de uma substância. Essa substância de origem divina permeia todo o universo e em consonância com a mana torna possíveis as manifestações - a qual se denomina "substância aka". Para que isso ocorra, cada espírito possui um corpo-aka que lhe é peculiar e tem funções determinadas. Sendo a Huna uma teoria de transformações, costumamos denominar cada um desses elementos pelos seus nomes na Língua Havaiana.

Esses conceitos chegaram até nós por intermédio dos estudos de Max Freedom Long, Serge King e outros que buscaram na antiga tradição havaiana os elementos teóricos. Essa conceituação teórica se sintetiza na prática no que se denomina "Prece Ação".

Como todo sistema é arbitrário e relativo por ser interpretativo, a Huna também o é. Isso nos dá a liberdade de sermos ou não adeptos da Huna, conforme nossa interpretação desses ensinamentos.

2. Na parte prática, temos entre outros elementos, a Prece Ação já citada acima, com a qual obtemos bons resultados. Ela é usada principalmente, para curas e alívio de qualquer tipo de sofrimento. Obtemos resultados eficazes, pelo fato de trazer um enfoque diferente de como se deve fazer uma prece. Isso só se torna possível depois de conhecermos os conceitos da Huna. A leitura atenta e livre dos Evangelhos nos mostra que esses princípios da Huna não foram esquecidos por Jesus.

A parte prática da Huna está concentrada no xamanismo. O xamanismo ensinado pela Huna refere-se ao Xamanismo Havaiano. Tudo começou quando se reuniram grandes mestres Kahuna para sintetizarem os ensinamentos em alguns princípios que pudessem traduzir o pensamento e as atitudes que deveriam ter aqueles que se dedicassem a usar a Huna.

Princípios

O princípio básico da Psicofilosofia Huna é não ferir, isto é, não causar sofrimento a si mesmo, aos outros e à natureza.

Podemos evitar isso não nos omitindo nas situações que exigem de nós atitudes coerentes, que promovam o nosso equilíbrio e do meio em que vivemos. Não devemos nos exceder em ocasiões em que depende de nós um bom senso para que tudo transcorra serenamente. Não podemos permitir que sejamos usados para ações que causem prejuízos por exacerbação das mesmas. Qualquer ação que pratiquemos depende de uma intenção; assim, é a intenção a mãe de todos os problemas e virtudes que acontecem. Concluímos então, que é na intenção que está tudo que praticamos na vida e é nela que devemos focalizar toda nossa atenção para que não caiamos na omissão ou no excesso que nos conduzem ao desequilíbrio físico e mental, quando praticamos ações que provocam sofrimento e danos a nós mesmos e em geral.

Assim sendo, é a intenção o alvo de nosso "orai e vigiai" para que possamos crescer e evoluir na constante busca da felicidade. A Huna tem princípios e ensinamentos que nos ajudam nessa busca de uma maneira mais suave e simples, deixando de ser o sofrimento o paradigma de crescimento e evolução.

 

 

 

O Conceito De Deus



A religião popular do Havaí era repleta de deuses e deusas, fantasmas, fadas,elfos, duendes e espíritos que mudavam de forma a seu bel-prazer e podiam ser amistosos ou hostis com o homem dependendo da maneira como fossem tratados. Entretanto essa visão popular era apenas uma distorção do conhecimento kahuna.
Quando os primeiros missionários no Havaí tentavam entender a lingua dos nativos, depararam com conceitos tão estranhops ao pensamento deles que certas palavras recebem definições completamente injustificadas. Uma dessas palavras era akua, que foi traduzida como deus. Quando os missionários perguntaram aos havaianos que nome davam as grandes estátuas , os nativos disseram que o nome delas era akua. Mas os missionários ficaram confusos quando perceberam quie os havaianos davam o nome de akua a coisas não divinas também.
É vital para entendermos a filosofia huna e as práticas kahunas compreendermos que akua significa "uma idéia em ação plenamente formada". Pra simplificar ahua é uma idéia ativa que manifesta efeitos.
Os quatro maiores akua eram Kane, Ku, Lono e Kanaloa .

KANE
Externamente, Kane era considerado o deus superior e mais espiritual, nunca representado por uma imagem esculpida. No máximo, ele seria representado por um objeto natural, geralmente uma pedra ereta sem ornamentos. Era tido como um deus de paz e amor, e seu equivalente feminino era Wahine. Em diálogos banais, kane significa "homem" e wahine "mulher". Kane e Wahine eram, portanto símbolos equivalentes ao conceito chinês de yin e yang. Para os kahunas Kane e sua companheira representavam o eu-deus de natureza dual presente em cada ser humano, semelhante ao "Cristo interior" dos cristãos ou a mente dos Buda dos budistas. Ele/ela é em outras palavras, a essência espiritual e a fonte do indivíduo, a alma, o Eu Superior ou Eu Maior. Outro termo pra esse deus pessoal é "aumakua", que Max Freedom Long traduziu como "espírito parental totalmente fiel", e dois outros termos para o mesmo conceito, kumupa'a e 'ao'ao, significam professor, guia.
Quando os europeus chegaram ao Havaí, a maioria dos havaianos reverenciava esse espírito interior apenas como uma espécie de ancestral guardião, porque as pessoas haviam misturado a fonte física de sua existência com a espiritual.


KU
Ku era externamente associado a fertilidade, chuva, feitiçaria e guerra. Como termo comum seus significados tem a ver com simbologia generativa; uma base ou estrutura para algo; uma coisa que pode ser mudada ou transformada; e algo que pode ter complexos emocionais.Psicologicamente Ku pode ser chamado de corpo/mente; a consciência organizadora do corpo, o recebedor de informações sobre o mundo físico(visíveis e invisíveis) e o executor da ação.

LONO
LOno era o deus da agricultura, medicina e metereologia na religião exterior. Na psicologia kahuna, ele representa o intelecto, a porção da mente que percebe, interpreta e dirige. As raízes da palavra Lono revelam os significados de receber informação e agir de acordo com a informação recebida; cérebro, principalmente o cérebro anterior, e inteligência; buscar metas;criar desejos; e pensamento imaginativo. A estatueta de Lono é um ser com um cocar alto(imaginação criativa), serpentinas curtas que não chegam ao chão(contato indireto com o físico), e sem olhos(dependente de outra fonte para ter informações sobre o mundo).

KANALOA
Nas lendas havaianas mais antigas, Kanaloa é sempre mencionado como o companheiro de Kane, e os dois viajam pelas ilhas em busca de fontes de água. Kanaloa era conhecido como um deus de cura e dos oceanos e costumava ser representado por um polvo ou uma lula, bem como por uma figura esculpida específica. O uso do polvo/lula como símbolo tem a ver com a significância sagrada do número 8 e o fato de que a palavra para as duas criaturas, he'e , significa "fluir" (como o fluxo da força vital) e "livrar" (como livrar-se de uma doença). Após a chegada do Cristianismo às ilhas, Kane, Ku e Lono foram comparados a Trindade, enquanto Kanaloa assumiu o papel de satanás.
A palavra kanaloa significa "seguro, firme, inconquistável, e é usada como uma referência poética para comida, um símbolo para o poder. Na tradição kahuna interior, Kanaloa representa o Homem Ideal- plenamente ciente, plenamente físico e ao mesmo tempo totalmente espiritual, amando e sendo amado e vivendo em contato com sua fonte. A figura esculpida mostra um ser com um cocar alto( o poder do pensamento criativo), serpentinas chegando ao chão(envolvimento direto com o físico), e os olhos bem abertos( perccepção completa do mundo físico e do espiritual).





PAHU - Tambor- Som de Poder



É instrumento de percussão e um símbolo sagrado de poder

Os havaianos descendem de antigos polinésios e sua rica cultura foi criada através de gerações no Havai. O Pahu, tambor havaiano, é feito de madeira e coberto com pele de tubarão. Usado desde tempos remotos, é um típico instrumento ritual e tradicional de musica e dança. A música por ele produzida representa os princípios fundamentais dos havaianos, a percepção do tempo e a sincronização da musica tradicional.

A presença física do pahu, representa nos dias atuais, a ligação com antigas tradições no Havai. O som preserva a histórica "literatura tradicional" do havai. O tambor, foi trazido do Tahiti para o Hawai por La'amaikahiki em torno de 1250 a.C. "sounding over the oceans".

Pahu é conhecido no haiti e em outras partes da polinésia Central. Era o instrumento dos Ali'i (chefes) e usado nos templos (heiau) em rituais e na Hula Kapu (danças sagradas). Acredita-se que La'amaikahiki introduziu dois tipos de tambores no Havai. O grande Tambor - Pahu Heiau - usado nos rituais dos templos e o pequeno tambor de dança - Pahu Hula

Na tradicional literatura musical do pahu, o som produzido pelo tambor se chama Leo, "a voz". A parte superior onde se bate chama-se Waha ou "boca". Durante a prática de rituais ao ar livre nos templos, Pahu era o instrumento através do qual os deuses falavam através de Leo, "a voz".

Corre ainda hoje por todas as ilhas, que as vozes do Palu Heiau são ouvidas em certas noites, nos restos arqueológicos dos templos. O tradicional Pahu é entalhado em uma única peça de madeira, geralmente de um coqueiro ou a árvore fruta-pão. A câmara de som está entre a bacia, coberta com pele de tubarão na parte superior, e na base entalhada em arcos na parte inferior. A membrana de pele de tubarão é amarrada por cordas entrelaçadas na base dos arcos.

O Pahu era usualmente batido com as duas mãos e para produzir sons mais fortes, eram usadas baquetas feitas de tiras de pele de tubarão chamadas Puniu ou Kilu ou pequenas varetas de madeira chamadas Ka. Pahu era feito com muito cuidado. cada etapa da construção, era acompanhado por cantos e preces especiais.

Acreditava-se que o poder das preces uniria a pele de tubarão à madeira e as amarras para sempre. A membrana da pele de tubarão que o cobria, era esticada e amarrada com cordas trançadas de tiras de pele de tubarão chamadas de Aha. Estas tiras eram presas entre arcos esculpidos na base. As linhas dos arcos invertidos escavados na base Hoaka simboliza a figura humana com os braços estendidos acima da cabeça. é uma visão poética que representa o homem sob a sombra dos deuses.

Era dado ao Pahu nomes próprios, passados de geração em geração. Pahu era considerado um objeto de Mana (poder) e Kapu (santidade). produzia sons que carregavam o conhecimento de gerações de allí'i (chefes) e Kahunas .

Pahu Heiau era batido por um Kahuna dentro do Heiau, sinalizando as atividades de um conjunto de cerimônias. podia significar o nascimento de um chefe, acompanhado de preces e ritos dos Kahunas e Alli'i. Palu Hula era também usado por Alli'i ou seus representantes, a fim de acompanhar os movimentos da Hula Kapu.

Provavelmente chamava-se Haá, o termo mais apropriado para os movimentos da dança. Em 1819, houve a queeda da religião tradicional e da abolição do sistema Kapu havaiano. adotou-se o cristianismo introduzido pelos missionários da Nova inglaterra. Em 1820, o papel teatral de pahu foi gradualmente trasnferido para acompanhar Hula'auana (dança popular). Remanescente do kapu, o ciclo do aprendizado da dança continuou. Depois de 1820, palu Heiau não era mais usado abertamente, mas em menor escala ou ocultamente.

Com a proximidade do século XX, as tradições musicais e de dança, exceto de palu hula, desapareceram.

A MUSICA DO PAHU

A tradição musical havaiana é essencialmente vocal. Instrumentos de percussão musical nunca são tocados sozinhos mas sempre acompanhados de cânticos e dança. O Mele*- cântico em poesia era executado em uma variedade de estilos musicais, cada um com uma particularidade. eles eram escolhidos de acordo com a função apopriada para a ocasião. *Mele Pule, os cânticos de preces, eram endereçadas aos deuses e aos descendentes de Alli'i. Mele pertencia individualmente a cada um , que o recebia como uma herança passada de geração em geraçãos na família. a família e seu mele estavam associados ao lugar onde viviam e o lugar a que pertenciam.

O cântico endereçado à pessoa do chefe, particularmente aos altos chefes, guardavam genealogia, nascimento, história, descendentes e os sagrados atributos individuais. Tudo isto caracterizava o sagrado e poderoso mele pule. Os cânticos podiam ser executados em dois tipos:

* Mele Oli, cânticos executados sem instrumentos de acompanhamento e dança.

* Mele Hula, cânticos com instrumentos que acompanhavam as ocasiões de dança.

O Mele Hula Pahu, cânticos com dança e tambor e pele de tubarão, deviam ser formais, sagrados e endereçados aos deuses e aos altos chefes. eles eram freqüentemente introduzidos por Mele Pule, acompanhado também por procissão e dança, Hula Ka'i que eram cantadas no estilo Oli, na qual o ritmo do texto dos cânticos não coincidem com as batidas do tambor. A própria Hula é cantada em um estilo muito similar ao oli, mas nele o texto e a dança coincidem com o ritmo do tambor.

Alguns tipos de Mele Pahu eram excessivamente sensuais remanescentes das antigas práticas, chamadas Ume - jogos sexuais usados pelos chefes caracterizados pela performance de mele e hula pahu.

Os tipos usados de ritmos de tambores eram provavelmente numerosos. Deste universo musical só dois tipos foram preservados. estes sinalizavam o nascimento dos chefes do heiau. Estes dois tipos foram preservados, graças a uma gravação feita em 1945 feita pelo Museu Bishop.






Deusa Pele





A Casa Da Deusa

A cratera do vulcão Kilauea está localizada no Parque Nacional dos Vulcões, no sudeste da Grande Ilha Havai. Apresenta-se em um espetáculo de poder e grandeza, e é o vulcão mais novo e o mais ativo do arquipélago.

O foco dos abalos sísmicos registrados são no poço de fogo Halemaumau. O poço é um lago de lava derretida, que borbulha em uma caldeira, com área de 10 Km2, no topo da montanha. A temperatura da lava pode atingir 1.200 grasuc Célcius mo centro do jorro e nas ondas vermelhas mais escuras, chega 650 graus . Chaminés lançam grandes blocos de pedra e toneladas de cinza. Prevalece, em geral, uma lava fina e fluida que escorre em forma de rios. Esta lava é chamada pelos havainos de POHOEHOE, que significa rio de lava mole. Os rios de lava podem chegar a alcançar uma velocidade de 55 km/h, em uma distância de 20KM, até se solidificarem. A lava mais espessa, que move-se lentamente, é chamada de AA. Quando estas correntes de lava atingem o mar, no sopé do Kilauea, dá-se o processo de formação de novas terras.

LENDAS

Antigas lendas havaianas atribuem as explosões dos espetáculos geológicos do vulcão Kilauea à presença de Pele. Deusa muito temperamental e habitante do kilauea, que há muito tempo atrás, veio para o Havai construir sua casa. Pele gosta de viver em poços profundos e cheios de fogo. Cansou de viver na Ilha Kauai e foi para a Ilha Oahu. Depois mudou-se várias vezes, criando as ilhas Molokai, Lanai e Maui. Hoje, vive na Ilha Havai, onde impôs sua presença com seus ataques de mau humor. No Kilauea, Pele fez sua morada. Os havaianos costumam dizer, que se pode ver Pele nadando na alaranjada lava incandescente. para os incrédulos mostram fios de cabelo de pele encrustados em porções de lavas endurecida. Presentes à Deusa, eram oferecidos nas correntes de lava incandescente. As oferendas eram diversas, carnes,frutas, entre elas o pequeno ohelo. No choque do rio de lava com o mar, o confronto de elementos. Na beira da praia, água morna aquecida pelo calor do Kilauea.

No Havai tem um ditado que diz: Cuidado com as velhas, pois uma delas pode ser Pele!!!

Conta uma lenda que um grande chefe chamado Kaha-Wali gostava de andar de trenó. Com falta de neve por perto, sómente existente em picos quase inacessíveis do Mauna Loa e Mauna Kea, os havaianos divertiam-se deslizando nas íngremes encostas cobertas de grama seca. Usando trenós compridos e estreitos, com lâmina de madeira de lei envernizada, atingiam grande velocidade chegando a chamuscar a grama. Um dia, quando Kaha-Wali se divertia no Kilauea, aproximou-se uma mulher feia e velha que lhe pediu o trenó .

Imprudentemente, Kaha Wali negou-se, sem saber que ela era Pele, a Deusa dos Vulcões. Pele gostava de andar entre os mortais como uma anciã. sem saber, Kaha-Wali ao desprezar o pedido de Pele, a enfureceu.

Os olhos de Pele transformaram-se em brasas e seus cabelos em labaredas. expressando sua raiva bateu o pé no chão abrindo uma fenda por onde jorrou lava. Kawa-Wali meteu-se no trenó e desceu a encosta como um louco, perseguido por torrentes de lava derretida comandadas por Pele. Quando o trenó perdeu o impulso, se pôs de pé e correu em direção ao oceano. No caminho cruzou com sua mãe e gritou:

"Que a senhora receba o perdão, porque a morte deve estar a caminho. Pele vem devorando tudo !!!

Depois encontrou sua esposa que lhe propôs para ficar com ela, para que morressem juntos. Kala-Wali agradeceu, mas continuou correndo. Passou por seu porquinho de estimação, chamado Aloi-puaa, parou para saudá-lo com um afago esfregando seu nariz em seu focinho, mas não demorou. A um passo na frente da lava, chegou até a praia, pulou em sua canoa e salvou-se, enquanto Pele furiosa atirava-lhe pedras.

Quando os visitantes incrédulos escutam estas lendas, os havaianos em resposta mostram a colina exata onde havia ocorrido o incidente. Uma cratera negra e sombria de cerca de 30 metros de altura, com uma rachadura na borda da face em direção ao mar, onde se nota a corrente de lava.

Além da mãe, esposa e porquinho de Kawa-Wali transformados em pedra pela lava, em uma baia pode-se ver enormes pedras. Esta é maneira folclórica que revela a forma simples do povo havaiano de interpretar e retraçar fatos, mitos e lendas e a formação das ilhas.

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